O deputado Fábio Henrique (PDT-SE) declarou, nesta quarta-feira (22), na audiência pública da Comissão Especial sobre Código Brasileiro de Trânsito (PL 3267/19), do Poder Executivo, que retirar o exame toxicológico para motoristas profissionais é uma medida populista.
Segundo Fábio Henrique, a medida vai contribuir para o aumento do número de acidentes, que mata uma pessoa a cada 20 minutos no Brasil.
O exame toxicológico é obrigatório desde 2017 para todo motorista profissional. De acordo com números da “SOS Estradas”, com o teste válido, os acidentes caíram 34% entre caminhoneiros e 52% para ônibus. “Eu sou filho de um caminhoneiro, cresci vendo meu pai trabalhando. Então vamos sair da prevenção, de como evitar que o mau caminhoneiro vá dirigir sob o efeito de drogas e permitir que ele vá dirigir, desde que não seja flagrado”, detalhou o deputado.
De acordo com estatísticas apresentadas pelo presidente da Associação Brasileira de Toxicologia, Renato Dias, os veículos pesados representam somente 4% da frota, mas correspondem a 38% dos acidentes automobilísticos.
O representante dos caminhoneiros, José Fonseca Lopes, reconheceu que o problema atinge especialmente transportadores de soja, que realizam jornadas excessivas de até 24 horas, para continuar com os contratos.
Diante dos argumentos, Fábio Henrique constatou que os caminhoneiros não querem o fim do exame toxicológico. “Eu não entendi o porquê de retirar o exame toxicológico. Ele atende a que interesse? Não atende ao interesse dos trabalhadores, não atende ao interesse da sociedade”.
Ainda para o deputado, a justificativa usada pelo governo é populista, por querer esconder os problemas que afetam os caminhoneiros, como o preço alto dos combustíveis, as péssimas condições das rodovias, a crise do emprego que, atinge o preço e a quantidade de fretes.
Ascom Lid./PDT com assessoria do deputado