Em um debate realizado, a pedido da pedetista Flávia Morais (GO), nesta quarta-feira (14), nas comissões de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa; e de Seguridade Social e Família, representantes da sociedade civil sugeriram ao Ministério da Saúde a realização de campanhas de vacinação específicas para atender pessoas com diabetes e com obesidade.
“Ficou constatado que pessoas com diabetes morreram muito durante a pandemia e que elas têm o sistema imune mais deficitário em comparação com quem não tem esse tipo de doença”, alertou Vanessa Pirolo, representante do Vozes do Advocacy, entidade que reúne 22 associações e 2 institutos de diabetes.
O diabetes tipo 2 – Mellitus – é uma doença crônica caracterizada pela resistência do organismo à insulina e pelo aumento dos níveis de açúcar no sangue. Ao contrário do tipo 1, o paciente não nasce com a doença, mas a desenvolve em razão de hábitos de vida, principalmente sedentarismo e excesso de carboidratos na alimentação.
Presidente da Associação Brasileira de Imunizações, Juarez Cunha lembrou que as vacinas são a maior conquista no campo da saúde pública mundial e reforçou a recomendação de campanhas específicas para pessoas com diabetes. Segundo ele, as mais indicadas são contra influenza (gripe), hepatite, herpes zóster, além das doses pneumocócicas (conjugada e polissacarídica 23).
“A pessoa que vive com diabetes faz parte de um grupo de maior risco, tanto que foram inseridas como prioridade no plano de operacionalização contra a Covid-19”, destacou.
À frente da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), Levimar Araújo recomendou a vacinação prioritária para pessoas obesas. Ele lembrou que 90% das pessoas com diabetes tipo 2 são obesas. “São pacientes que têm uma propensão maior a processos inflamatórios, por isso a necessidade da vacinação”.
Técnica da Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, Ana Karolina Marinho explicou que pacientes com comorbidades estão contemplados por idade em muitos calendários do PNI.
“Geralmente as faixas etárias acabam comtemplando obesos e diabéticos, mas sem dúvida nenhuma, é algo que tem que ser discutido. É importante pontuar como é complexo colocar as comorbidades nesse cenário dos calendários especiais”, disse.
Citando o caso da vacinação contra a Covid-19, ela acabou reconhecendo que o governo precisa melhorar a cobertura vacinal no País, principalmente a partir de um novo modelo de comunicação que recupere a confiança da sociedade nas vacinas, após diversos episódios envolvendo notícias falsas.
Ascom Lid./PDT com Agência Câmara de Notícias