O Brasil vive um momento de forte retrocesso nos direitos sociais. A base governista na Câmara aprovou, como um rolo compressor, o projeto da terceirização, e tenta, com o mesmo ritmo, aprovar as reformas da Previdência e trabalhista, sem debates, sem diálogo. A estratégia é tratar de tudo simultaneamente para que o povo não tenha tempo de tomar conhecimento, nem consiga se organizar. De uma só vez, o governo tenta esvaziar a Justiça Trabalhista, enfraquecer as leis que garantem direitos ao trabalhador e fazê-lo trabalhar até morrer, literalmente. Não podemos deixar isso acontecer.
A lógica do governo é a do sistema financeiro, de um Estado mínimo com lucros máximos. Ignorando que o Brasil é um país de profundas desigualdades sociais e regionais, que precisa de um Estado presente e regulador das relações econômicas e sociais para mitigar as diferenças. Sem essa presença não teremos o melhor dos mundos do neoliberalismo, como sonham alguns, mas a volta ao pré-capitalismo, das condições precárias de emprego e do retorno dos índices vergonhosos de miséria no país.
É o que acontecerá, por exemplo, se passar a proposta de equiparar o trabalhador rural ao urbano, com aposentadoria aos 65 anos, depois de efetiva contribuição por 15 anos. Uma ideia que transita entre o desconhecimento e a má-fé: ou o governo não conhece o verdadeiro Brasil ou não se importa em deixar sem renda milhares de famílias que vivem da pequena agricultura.
* Weverton Rocha – Líder do PDT na Câmara
Fonte: Congresso em Foco